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Cerca de 52% do stock de crédito bancário é para habitação

dinheiroSector tem um elevado nível de incerteza que só será ultrapassado com melhoria das expectativas.

Em termos históricos, os bancos demonstraram uma apetência especial para o crédito à habitação. Até 2012, representou mais de metade (52%) do crédito concedido. Entre 1997 e 2012, cresceu a um nível muito superior ao do Produto Interno Bruto (PIB) - 10,9% contra um aumento de 1,4% do PIB, revela o partner da PricewaterhouseCoopers (PWC), Rodrigo Lourenço.

O especialista chama a atenção para as taxas de imparidade, uma vez que estas duplicaram entre 2006 e 2012 na banca portuguesa, equivalendo a 0,25% e 2% do PIB, respectivamente. Conclusão: “se a maioria dos activos nos bancos está associada ao imobiliário, haverá um grande problema de sustentabilidade no sector bancário”, considera Rodrigo Lourenço.

“Ao longo de várias décadas, o sistema bancário acumulou uma exposição significativa ao mercado imobiliário, pelo que qualquer evento adverso que afecte o valor desses activos poderá empatar nos níveis de fundos próprios e rentabilidade das instituições”, explica a mesma fonte ao i . “Importa contudo sublinhar que, nos últimos anos, o sector bancário fez um esforço muito significativo no reconhecimento de imparidades nestes activos, o que reduz naturalmente o risco imobiliário da banca”, acrescentou. Por outro lado, o profissional ressalva que, de acordo com dados do Bank for International Settlements (BIS), apesar da subida dos preços do mercado imobiliário em Portugal ter sido bastante superior ao crescimento do PIB, não teve a mesma dimensão que noutros países da UE (Grécia, Espanha, Itália, Bélgica, etc.) e EUA, onde se verificaram crescimentos duas a três vezes superiores a Portugal. “Assim, ao invés de se esperar uma ‘correcção de preços especulativos’, a evolução futura do imobiliário dependerá de outros factores, nomeadamente a evolução económica e demográfica do país”, conclui.

Na opinião do presidente do Conselho de Administração do Banco Popular, Rui Semedo, o mercado imobiliário é hoje caracterizado por um elevado nível de incerteza que só será ultrapassado com a melhoria das expectativas dos agentes económicos. “São tantas as variáveis num tão completo contexto, que é difícil ter uma perspectiva clara sobre o período de ajuste que influenciará a recuperação. Mas melhorará.”, disse ao i.

Salientando a relevância que o imobiliário tem para a banca, Rui Semedo considera que a sua importância é equivalente àquela que o sector financeiro tem para a economia, não só pelos seus efeitos directos, como pelo arrastamento. “Sendo o imobiliário um sector relevante na economia, nunca o deixará de ser para os bancos, da mesma forma que o financiamento bancário será sempre imprescindível para o regular funcionamento da economia e do imobiliário”, disse.

Rui Semedo lembra que o turismo residencial é mais uma via para dinamizar o mercado imobiliário. “Faz todo o sentido que Portugal invista no desenvolvimento do turismo, já que o potencial do país neste sector é indiscutível”.

in ionline | 18-03-2013 | Solange Sousa Mendes

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