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Saiba como se proteger dos inquilinos que não pagam as rendas

predio habitacaoAs soluções propostas pelas imobiliárias garantem o pagamento de rendas até 3.500 euros mensais e até 12 meses.

Omercado de arrendamento nacional está em ebulição. A nova lei das rendas veio trazer novidades que prometem revolucionar e flexibilizar o sector. As rendas mais antigas vão sofrer um processo de actualização ao mesmo tempo que os despejos serão mais rápidos e simples. Também são cada vez mais as pessoas que se viram para a solução do arrendamento face ao difícil acesso ao crédito para comprar casa. As imobiliárias estão atentas a esta realidade e começam a focar as atenções neste segmento que já representa uma fatia importante do seu negócio - em alguns casos já ultrapassa metade das transacções. O que se passou nas últimas semanas comprova esse enfoque.

Primeiro foi a Remax, a que se seguiram a ERA e a Century 21, com o lançamento de vários serviços que visam proteger os senhorios do incumprimento dos inquilinos: um dos principais entraves à colocação de imóveis no arrendamento. Estes serviços funcionam por duas vias: por um lado a referenciação de inquilinos , e por outro, a garantia de rendas em caso de incumprimento. O Diário Económico mostra-lhe as várias soluções que estão ao dispor dos proprietários com vista a que estes se protejam dos inquilinos que não pagam as rendas (ver caixas ao lado).

A aposta das imobiliárias na oferta deste tipo de serviços tem como objectivo cativar o interesse dos proprietários em colocar imóveis no mercado, numa altura em que a crise leva cada vez mais pessoas a optar pelo arrendamento em detrimento da compra de casa, mas em que o incumprimento também é uma ameaça. "O mercado de arrendamento, em consequência da crise e da mudança de mentalidades que estamos a registar, está em pleno crescimento", frisa Ricardo Sousa, administrador da Century 21, salientando que em muitas regiões há maior procura do que oferta de imóveis para arrendamento. "Muitas proprietários de imóveis não os arrendam, com medo de terem problemas com os inquilinos, nomeadamente o não pagamento das rendas e situações que podem requerer a intervenção de um advogado", alerta este responsável. "Queremos demonstrar ao mercado que o investimento em imobiliário continua a ser um valor seguro, já que para além de terem um imóvel na sua posse, ao optar por esta opção [garantia de rendas] os proprietários e investidores têm o retorno do investimento garantido", acrescenta o director de operações da Maxfinance, a consultora financeira da Remax, Gustavo Jorge.

Em termos práticos, as imobiliárias passaram a disponibilizar aos proprietários uma espécie de "seguro" que garante o pagamento de rendas em atraso. A troco de uma quantia, o senhorio subscreve uma garantia (ou seguro no caso da Century 21) que assegura o pagamento de rendas durante períodos que podem ir desde os três até ao máximo de 12 meses, consoante os casos. Para além dessa garantia, também são asseguradas as despesas jurídicas e os custos relacionados com despejos. Estes "seguros" estão, contudo, disponíveis apenas quando haja prova de que o inquilino é um "bom pagador". Para tal, é feita uma referenciação do inquilino. Ou seja, é avaliado o seu histórico como pagador. Consoante a imobiliária, varia o método com que esta análise é feita. Caso seja do interesse do senhorio também há a possibilidade de optar apenas pela referenciação.

Contudo, este conceito não é novo. Foi introduzido em Portugal em 2011 pela Protec Renda. Desde essa altura, que a empresa britânica disponibiliza um serviço de referenciação de inquilinos e de garantia de rendas que tem por base o modelo que já foi aplicado com sucesso no Reino Unido. "A utilização do nosso sistema de referenciação levou à redução dos riscos de incumprimento em 80%- o incumprimento de um em cada dez inquilinos passou para um em cada 49", destaca Susan Ford responsável pela Protec Renda, acrescentando que "a referenciação é extremamente acessível e eficaz [...] é o melhor investimento que qualquer senhorio pode fazer", refere. Esta também é a expectativa de Miguel Poisson, director geral da ERA Portugal. "Acho que em Portugal vai acontecer o mesmo que em Inglaterra. A maioria dos inquilinos vai ser referenciado e a certa altura vão ser os próprios inquilinos a procurar essa certificação. Estamos a caminhar para uma maior transparência no mercado", frisa o responsável da ERA.

in Económico | 11-02-2013 | Catarina Melo

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